segunda-feira, 2 de agosto de 2021

As violências cruzadas na vida da mulher preta





As relações de poder estabelecidas no processo de colonização se mantêm firmes. Sistemas de espoliação, dominação, exploração e opressão que impuseram o apagamento aos Outros. A interseccionalidade denuncia as violências sofridas pela mulher preta. Vitimada por ser mulher, por ser preta, por ser periférica. E o entendimento dessas violências se dá sob a compreensão do imbricamento de raça, gênero e classe.

  

É doloroso racionalizar que as estruturas sociais e políticas impuseram o não lugar da mulher preta. Ter a sua humanidade negada, estar escravizada, destinada a escória social. E com o progresso capitalista o reforço dessas violências. Relegada aos serviços domésticos, a prostituição e a criminalidade.

E ainda na atualidade ser vista sob estereótipos da mulher hipersexualizada, da guerreira que leva o mundo nas costas, da doméstica que "é como se fosse da família".  Isso me faz lembrar de um episódio do TEDx São Paulo, Eu empregada doméstica, onde Preta Rara relata que uma de suas antigas patroas lhe diz que o seu lugar era o de empregada doméstica - assim como tinha sido de sua vó e de sua mãe.

Esse post não dá conta de tomar nota de todas as violências contra a mulher preta periférica. Mas, seguindo a Kimberlé, em A Urgência da Interccionalidade, quero encerrar com um nome . Mencionada no trabalho de Akotirene como mais uma mulher preta lésbica periférica "acidentada na avenida identitária": Luana Barbosa. 


Referências:





AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.



Eu Empregada Doméstica | Preta Rara | TEDxSaoPaulo - YouTube

The urgency of intersectionality | Kimberlé Crenshaw - YouTube

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