quarta-feira, 30 de junho de 2021

"Eu" sou sociedade

 Fonte: Autor desconhecido

"Que tipo de formação é esse, esta “sociedade” que compomos em conjunto, que não foi pretendida ou planejada por nenhum de nós, nem tampouco por todos nós juntos?" (NOBERT, 1994).

 

As relações entre a sociedade e o indivíduo ou vice-versa são complexas. Esse é o pensamento inicial de Nobert em sua reflexão que foi gerida por cerca de 50 anos. Você está certo de que realmente compreende o conceito de sociedade? E os sentidos dessas relações? Nobert afirma que não.

Ele nos fala da sociedade dos indivíduos, rompendo com a ideia de que sejam obviamente opostos – indivíduo VS sociedade – a relação entre os indivíduos “numa pluralidade” é a sociedade. Logo, é abandonada a ideia de entender as pessoas partindo de um “eu” separado do “nós”. 

O texto expressa que somos constituídos em rede de funções interdependentes, de modo que estamos ligados um ao outro. É válido salientar que uma das ideias enfatizadas é que não existe “o mais importante” (se o indivíduo ou se a sociedade), o entendimento que as relações que se estabelecem em todas as direções nos levam a concepção do todo – isoladamente o ser individual não tem sentido para a sociedade, contudo, as relações entre esses seres individuais são determinantes para o todo social. 

O esforço de Nobert caminha na direção de nos mostrar que essa seja uma perspectiva concreta, dessa compreensão depende a transformação do modus operandi na atualidade (uma urgente necessidade). 

Romper com as ideias consensuais individualistas se inicia do questionamento de ideologias contemporâneas. Para quem serve a compreensão de que pessoas na busca de seus próprios interesses leva ao desenvolvimento? Por que a minha individualidade tem que necessariamente me separar da sociedade?  

Referência:

NORBERT, Elias. A Sociedade dos Indivíduos (1939). In: A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

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