sábado, 14 de agosto de 2021

Refletindo sobre as questões das Relações Sociais e Políticas na Contemporaneidade

A contemporaneidade nos apresenta uma sociedade distante dos conceitos de comunidade de Bauman ou da proposta de sociedade de Norbert. Vivemos sob relações conflituosas que sempre mantêm como plano de fundo interesses econômicos. Recordo as aulas iniciais ao se discutir o que movia um Estado, considerado como potência mundial, a intervir em conflitos externos. Longe de ser a celebração da paz ou a defesa de vidas inocentes. 
Posto isso, observamos que as relações se transformam a medida que nos entendemos em processo de desenvolvimento. O Lemos defende bem esse novo mundo, essa cibercultura, que reflete as relações face a face, dar oportunidade de conectividade e voz para as pessoas que antes eram silenciadas. No entanto, não desprezando o quanto a vida humana tem melhorado com esses avanços, Debord nos adverte que podemos estar sendo manipulados pelas oligarquias de países ditos desenvolvidos.  
Sem mencionar que se por um lado temos o progresso científico e tecnológico, possibilitado pelo sistema capitalista e a globalização, fatores que se fizeram imprescindíveis na corrida pela formulação da vacina contra a covid-19, por exemplo. Por outro lado, foi o mesmo capitalismo e globalização que potencializaram a propagação em massa e global do SARS-coV-2. 
Todavia, o que mais me inquieta é que a leitura de Hobsbawn nos apresenta um século que pouco mudou no que se refere aos interesses políticos e econômicos. São relações de dominação e opressão contra os mais vulneráveis. Na disputa pela sobrevivência uma nação se torna uma coletividade - o que foi a compra de todo um estoque de vacina por único país, em plena pandemia global? O esforço está em se manter potência. E todos os outros países seguem nessa direção do "desenvolvimento". 
Na determinação de manter um olhar esperançoso quanto ao que nos espera, vejo na conexão das minorias uma transformação na forma de fazer política, em direção de alcançar mais pessoas, de participação mais efetiva da sociedade. É a força que vejo na Crenshaw, na Sueli Carneiro (algumas entre as mulheres pretas feministas que marcaram o movimento negro). 



Um comentário:

  1. Mileide: me impressiona a tua capacidade de ligar os autores, temas e transportá-los todos para o momento atual e, ainda, se colocar diante desse leitura. Parabéns!

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